sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Organizar

É chegado o momento em que eu preciso me organizar, e rapidamente. Uma lista com todos os afazeres pregada na minha porta já seria um bom começo. Nunca me dei muito bem com datas e prazos a serem cumpridos, o que acaba me rendendo algumas madrugadas elaborando trabalhos e relatórios. Talvez a minha paixão por café venha daí. E, pensando bem, acho que estabeleci uma relação de dependência com o líquido sagrado, apesar de que eu gosto do sabor, do cheiro, da temperatura, e do gozo que aquele café forte e doce proporciona. Mas talvez todas as paixões humanas possuem uma pitada de cafeína: você gosta de todas as sensações que o "objeto" te proporciona, mas precisa admitir que já ficou dependente do mesmo. 
Aliás, eu comecei falando sobre organização, certo? É, não me dê muita corda, eu sempre acabo tecendo redes imensas com ela. Pois bem, o semestre promete ser pesado e dolorido, mas eu não ando cabisbaixa por isso, pelo contrário. O tédio consome as minhas entranhas, caso não esteja com a agenda lotada. Tudo bem que eu viro um zumbi caminhando sobre o universo onírico, mas durmo as minhas duas horas diárias com uma boa sensação de dever cumprido. Vai entender, né?! Mas nem eu mesma perco tempo fazendo isso, tentando entender as minhas próprias loucuras. E, afinal, já deixei de lado as tentativas frustradas de captar o linguajar nonsense da literatura da vida há muito tempo. Tenho quase certeza de que fomos colocados aqui somente pra sentir, sentir e sentir. Não sou muito boa com a arte dos sentimentos, mas venho aprendendo um pouco mais sobre essa "cerejinha" da vida, ainda que gradativamente. As aulas de teatro desse semestre estão sendo bem puxadas, pelo simples motivo de que a Angela não pode racionalizar o texto de Shakespeare, ela precisa sentí-lo e expressá-lo. Meu Deus do céu, transforma-me em vísceras o mais rápido possível! Mas esse processo de desconstrução, pela arte, da minha carapaça dura e fria, que tenta - por A mais B - transformar em conceitos práticos tudo o que vê pela frente está sendo muito bom. Até voltei a ter sonhos bizarros, que até Salvador Dalí teria vontade de traduzí-los em imagens (como ela é pretensiosa)!
Estão vendo como não sei ser organizada? A minha cabeça funciona com um turbilhão de idéias jorrando e inundando os meus pensamentos, só que eu peno pra sistematizar todas elas de forma coerente. Acho que dá pra perceber. E olha que eu me policio muito na escrita. Sempre me pego resmungando: "Não, isso aí é muito absurdo, as pessoas ainda se assustam com seres como você, Angela!" É, acho que eu sou um ser qualquer, mas não humano. Mesmo porque, eu acho muito chato viver uma vida humana nos nossos moldes, modelos, tendências, padrões e etc. Eu queria mesmo, do fundo do meu coração, ir morar no alto de uma montanha, onde eu pudesse usar os meus moletons velhos, as meias coloridas com chinelos e o cabelo amarrado. Me cansa muito essa coisa de ter que ser socialmente aceita. Ó, Deus, que criaturas infames e mesquinhas foram postas no mundo! É, eu também tô sendo mesquinha e chata dizendo todas essas coisas, admito.
Mas é, hoje é sexta-feira 13. Será que isso significa alguma coisa? O dia até amanheceu nublado e friozinho, pra minha alegria! Tá, eu tiro a parte do nublado, e fico só com o friozinho. Nada como um dia azul, ensolarado e muito frio. Mas hoje está pedindo uma sessão filminho de terror (eu atóron filmes de terror). E isso me faz lembrar da minha infância. Eu e meu irmão adorávamos assistir filmes como O brinquedo assassinho e A hora do pesadelo, mas sempre brigávamos pra ver quem seria o último a deitar e apagar a luz. Eu sempre imaginava o Freddy Krueger e seu suéter listrado na minha janela, era bizarro.
Esse semestre eu fiquei responsável por pesquisar as músicas do período renascentista pra montagem de Macbeth e Hamlet, e pergunta se eu fiquei feliz? Sim, sim! Estou tendo êxtases musicais escutando Vivaldi. Aliás, é uma boa pedida pruma sexta-feira 13 nublada e fria, só adicionaria umas almofadas, uma bebida quente qualquer e um abraço apertado.
Termino esse texto com uma importante retomada: eu preciso muito me organizar, muito mesmo. Vou ter que me afastar um pouco do mundinho virtual, caso contrário não darei conta de tantos afazeres. É isso, obrigada por me ouvir, blog do meu coração!
Uma ótima sexta-feira à todos, sempre.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

"E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o Zen de repente escapa e se transforma em Sem? Sem que se consiga controlar".

[Caio Fernando Abreu]




 

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Sinestesia

Você já sentiu o sabor das cores? Ou, por alguns instantes, teve a certeza de que tocou seus sonhos? Sim, algo como sentir o sabor do silêncio e caminhar sobre as horas. Alguns estudos científicos defendem que a sinestesia não passa de uma discrepância cerebral, no qual os sistemas sensoriais se interconectam, fazendo com que o sinestésico, por  muitas vezes, sinta o gosto de palavras e veja cores ao ouvir um som.
Imaginem a incrível sensação de ver as cores das letras, os sons do amanhecer, os cheiros dos sentimentos, o sabor de uma palavra. Os textos do Bobbio seriam multicoloridos; o Sol, ao nascer, teria o som de uma orquestra; O amor teria cheiro de chocolate e a palavra amizade, gosto de salada de frutas. A vida seria tão mais divertida, teria sentidos diferentes, vários sabores e uma diversidade imensa de significações.
Para mim, o sentido da vida teria o sabor de um abraço. No entanto, para outros, teria cheiro de dinheiro. Ou, talvez, teria o som de poder enxergar, o sabor de poder tocar...
Porém, quantas vezes os nossos caminhos não possuem norte ou sul, os nossos cheiros não possuem nome e os nossos sons, notas.
A vida é sinestésica, dona de coloridos diversos para todos os seus significados. Bom seria poder enxergar as cores de todos eles.



Essa postagem é antiga. Dei uma repaginada em alguns erros e fiz a migração do blog coletivo para este aqui. É bom entrar em contato com pensamentos e idéias antigas, talvez seja por isso que eu cultivo um blog: você está em constante auto-análise.

Literalmente

Todo mundo já ouviu a expressão "o cão chupando manga", certo?! Então, eu quis provar que eles não ficam nenhum pouco repugnantes, muito pêlo ao contrário! Portanto, quando você acordar com o cabelo em pé, os olhos grudados e um pijama da moranguinho curto e furado e alguém disser: "hoje você tá o cão chupando manga!" sinta-se lisongeada/o (não sei quantos homens usam pijamas da moranguinho o_O).

É, eu sei...Só fiz isso porque o blog estava jogado às traças (expressões idosas causam aquela velha sensação de...é, isso mesmo, saudade do que não vivi e nunca viverei).

Well, well...por hoje é só! Prometo que a próxima postagem será melhor, eu espero!