terça-feira, 27 de outubro de 2009

Peça

Hoje eu descobri que a vida é uma grande peça de teatro. Só que existe um grande problema: eu ainda tô sem personagem. Não, não, eu não quero o papel do protagonista, muito mesmo o do coadjuvante. Na sinceridade? Eu poderia ser até aquela árvore que fica imóvel a peça inteira, ou até o banquinho da praça. Só pra ver o desenrolar da peça sem ao menos um movimento. É, isso parece um poco entediante, mas ainda assim eu faria parte do roteiro. Seria um artigo qualquer com uma função qualquer, ainda que irrelevante. Mas o grande problema é quando, por algum motivo oculto nas profundezas de Atlantida, você se vê apenas como o espectador, passivo, apenas assistindo a tudo. Eu tenho, sinceramente, vontade de pular no palco, atrapalhar o climax da peça com alguma fala surpreendente. Talvez algo do tipo: "Não, ela não pode se casar com Felipe Augusto. O filho que ela espera é de Carlos Manoel!", mas...Mas nem isso eu consigo. É, isso é verdade, algo me diz que há tempos eu venho trabalhando no roteiro de um monólogo interior.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Um curinga continua perambulando pelo mundo


 
"Você já pensou que num baralho existem muitas cartas de copas e de ouros, outras tantas de espadas e de paus, mas que existe apenas um curinga?"


É dolorido pensar na vida como uma grande paciência, onde todos são cartas do mesmo baralho, que agem segundo as regras do jogo, sem ao menos questionar a sua existência. No entanto, existe apenas um curinga. Este não se encontra  nas famílias de copas, nem nas de ouros; é tido como o bobo da corte, aquele cuja atitude incomoda, por isso utiliza roupinhas coloridas cheias de guizos: prá que todos saibam onde encontrá-lo. No entanto, é o único cujos sentidos e a percepção de mundo permaneceram intactos, por abster-se da bebida púrpura em excesso.
Quantos de nós estão embebedados com a "bebida púrpura"? Acostumados com as flores, com as cores e os sabores? Quantos de nós agem segundo a regra de um grande jogo, sem maiores questionamentos? E a pergunta que não quer calar, quantos curingas existem por aí? Se alguém souber como encontrá-los, contatem-me, por favor.



Este livro é ótimo, fica aí a dica.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Poucas cinzas



Tá aí uma das imagens do filme Little Ashes, uma biografia incrível do pintor surrealista Salvador Dalí. O filme retrata - além do relacionamento de Dali com Garcia Lorca - a Espanha, que na época, passava por um momento de grande transição intelectual. Em meio ao conservadorismo católico e social, a psicanálise de Freud e a proposta revolucionária de Marx ganham espaço em meio aos jovens intelectuais. É justamente nesse âmbito que a história excêntrica de Salvador Dali se passa.
O filme é muito bom, muito mesmo. Confesso que o vampirinho protagonista da saga Crepúsculo - Robert Pattinson - me surpreendeu e muito. Belo papel, bela atuação.
Bom, fica aí a dica.


sábado, 17 de outubro de 2009