domingo, 17 de maio de 2009

Lispectoriando

Meu Deus, me dê a coragem

Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços meu pecado de pensar.

(Clarisse Lispector)


Eu adoro a forma como essa mulher escrevia.

sábado, 16 de maio de 2009

Levante de barricadas contra autores complexos.

Eu não sei porquê, mas eu tô com um leve sentimento de ódio - não, dessa vez não pode ser confundido com amor - por um tal de Mário Pedrosa. Só tô procurando o motivo, muã?!
Acho que tem alguma coisa a ver com um tal de consumo produtivo, desenvolvimento desigual e combiado, embricamento de classes e por aí vai.
Admito que eu daria tudo prá apreender tudo isso via osmose. Marx, prá quê te quero, babe?
O medo consome as minhas entranhas. Depois de dois dias internada em casa, lendo esse montante de teorias e conceitos que se excluem e se completam ao mesmo tempo, eu venho aqui, ainda que através de palavras mudas, fazer um desabafo: EU TÔ COM MEDO DA PROVA.
Tá, era só isso. Tava precisando desabafar.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A explicação surrealista para o brilho das estrelas

A noite passada eu sonhei com o céu e as estrelas. A lógica do sonho - se é que ela existiu - ainda foge a qualquer explicação, mas me fez acordar com um leve sorriso nos lábios, e um ar de encantamento que há muito eu não sentia.
No sonho eu estava sentada numa cadeira - aquelas trançadas com uma espécie de corda de plástico colorido - que ficava numa varanda de lajotinhas trabalhadas, como se fossem pequenos mosaicos. Essa varanda era aberta e dava de frente à um pequeno jardim.
Eu, que passei o sonho inteiro sentada nessa cadeira, olhava para o céu fixamente. O motivo do olhar estava no brilho intenso das estrelas, que tomavam formas variadas. Mas o que mais me intrigou foi quando uma mulher - cuja identidade ficou obscura - chegou perto de mim e começou a explicar o porquê de tanto brilho. Ela afirmou que o céu perdera o amor de sua vida , e que usava o brilho das estrelas, que obtinha de pequenas pedras preciosas, para tentar encontrá-la. No entanto, não estava obtendo muitos resultados, pois as pedras preciosas que davam brilho às estrelas começaram a cair na Terra. E, no sonho, essa mulher pediu a minha ajuda à fim de encontrar essas pedras perdidas. Foi aí que eu acordei.
Agora eu pergunto, será que eu ando assistindo muita ficção romântico-científica? auhauha
Acho que eu vou publicar um livro com todos os meus sonhos. haha