Ela estava lá, aberta. O vento soprava tímido, enchendo o quarto de um frescor inigualável. O dia estava quente, o Sol raiava como num dia de verão, e tudo se encontrava em paz.
O muro do lado de fora encobria boa parte da visão, fazendo com que toda aquela paz se sentisse enclausurada. Mas a brisa leve ainda trazia uma boa sensação.
E foi exatamente nesse momento que sentimentos nostalgicos ultrapassaram-na, como a leve brisa, fazendo com que a calma e a serenidade dessem espaço à saudade.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Sentimento do mundo
Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desfiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microcopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer
esse amanhecer
mais noite que a noite.
"Quando os corpos passarem, eu ficarei sozinho."
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desfiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microcopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer
esse amanhecer
mais noite que a noite.
"Quando os corpos passarem, eu ficarei sozinho."
domingo, 14 de setembro de 2008
Me sinto aliviada. Sei lá, algo andava me incomodando um bocado. Acho que era uma pitada de humanidade. Nunca pensei que, depois de tanto tempo, passaria por isso novamente. Ainda bem que foi só um lápso, mais nada.
"Eu sei que atrás desse universo de aparências,das diferenças todas, a esperança é preservada.
Pensei que não, mas é.
Pensei que fosse como todos, mas não o é.
És mais
Não sei mais o quê
Mas é
És belo
Não sei o quê.
De todos, de tudo, pouco a pouco procuro me sentir mais viva. Seja pela realidade, seja pela ilusão de que algo é real. Sei lá. Tava tudo escuro, ainda tá. Porém, prefiro que a vida me tome, mesmo que seja dolorida. Prefiro me sentir sem porto, sem cais, do que não sentir absolutamente nada.
"Eu sei que atrás desse universo de aparências,das diferenças todas, a esperança é preservada.
Nas xícaras sujas de ontem o café de cada manhã é servido. Mas existe uma palavra que não suporto ouvir e dela não me conformo.
Eu acredito em tudo, mas quero você agora!Eu te amo pelas tuas faltas, pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes, pelas tuas loucuras todas,minha vida.
Eu amo as tuas mãos, mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas.
Amo o teu jogo triste e as tuas roupas sujas é aqui em casa que eu lavo.
Eu amo a tua alegria mesmo fora de si, te amo pela tua essência e te amo até pelo que você podia ter sido, se a maré das circunstâncias não tivesse te rebanhado nas águas do equívoco.
Te amo nas horas infernais e na vida sem tempo...
Te amo pelas crianças e futuras rugas.
Te amo pelas tuas ilusões perdidas e teus sonhos inúteis...
Amo teu sistema de vida e morte, te amo pelas tuas entradas, saídas e bandeiras e te amo desde os teus pés até o que te escapa.
Te amo de alma para alma e mais que as palavras, ainda que seja através delas que eu me defendo quando digo que te amo mais que o silêncio dos momentos difíceis,
quando o próprio amor vacila."
Pensei que não, mas é.
Pensei que fosse como todos, mas não o é.
És mais
Não sei mais o quê
Mas é
És belo
Não sei o quê.
De todos, de tudo, pouco a pouco procuro me sentir mais viva. Seja pela realidade, seja pela ilusão de que algo é real. Sei lá. Tava tudo escuro, ainda tá. Porém, prefiro que a vida me tome, mesmo que seja dolorida. Prefiro me sentir sem porto, sem cais, do que não sentir absolutamente nada.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Motivo
Saber ao certo o motivo de todas coisas é um tanto complicado. Uns dizem que nada se faz por acaso, e que tudo é obra do destino. Mas que obreiro mais sacripanta é esse tal de destino, hein!
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
Acho que o poema de Cecília Meireles descreve em linhas claras tudo aquilo que, momentaneamente, vejo como o motivo para tantas coisas na minha vida.
E de uma certeza eu compartilho, um dia sei que estarei mudo: mais nada.
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
Acho que o poema de Cecília Meireles descreve em linhas claras tudo aquilo que, momentaneamente, vejo como o motivo para tantas coisas na minha vida.
E de uma certeza eu compartilho, um dia sei que estarei mudo: mais nada.
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